Bruno Louro
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OS BENEFÍCIOS DO JUDÔ NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Introdução
Os Benefícios do Judô na Educação Infantil trabalha a importância desse esporte no processo de desenvolvimento, da capacidade física, intelectual e moral nessas crianças, onde se aprofunda na relação interpessoal entre o aluno e professor e aluno sociedade.
É interessante, pois o esporte nessa faixa etária é pouco trabalhado em escolas e, quando trabalhado, na maioria das vezes, é como atividades extracurriculares, onde nem todas as crianças participam. Para a sociedade, os esportes de combate na educação infantil não exploram o lúdico e sim influenciam a violência, mas, para os educadores e estudiosos nessa área, eles auxiliam na formação cognitiva, afetiva e motora das crianças, além de promoverem a interação entre elas.
O principal conceito abordado foi o próprio significado da palavra Judô, o qual em japonês, JU, significa Caminho e DÔ, Suave. (Caminho Suave). Daí a idéia de esporte saudável, sem incitação à violência e que, no entanto pode ser praticado não apenas por crianças, mas por qualquer outra faixa etária.
O benefício promovido é o bem comum pela transformação do individuo ao meio em que ele está inserido, e que se pode adquirir qualidades mais favoráveis à vida do homem, sob três aspectos:
Condicionamento Físico: Obtido pela prática do esporte que exige esforço físico de forma ordenada e metódica para proporcionar um corpo forte e saudável, prevenindo de doenças e condicionando-o a reagir reflexivamente para evitar acidentes;
Espírito de Luta: O indivíduo se torna mentalmente, condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis, defendendo-se quando ameaçado. Adquire autoconfiança e autocontrole; portanto o Judô é uma arte para sua autodefesa;
Atitude Moral Autêntica: Induz a Humildade, através do rigor do treinamento, que proporciona a perseverança, tolerância, cooperação, generosidade, respeito, coragem, compostura e cortesia.
Quando falhas do conhecimento social e de moralidade constituem-se em problemas, um método de ensinar a cortesia entre as pessoas e melhorar a atitude social, torna-se importante e, por isso, o Judô desempenha um papel relevante nesse contexto, como instrumento de formar e lapidar os verdadeiros caracteres morais do ser humano.
Assim, visa o continuo aprimoramento como judoca para a perfeição:
Disciplina;
Respeito;
Educação;
Condicionamento Físico;
Técnica e
Humildade.
Sendo assim, a prática bem orientada do Judô proporciona calma, paz de espírito, dignidade, compaixão e amor ao próximo. Condições essenciais para uma vida próspera e coberta de satisfação.
É importante divulgar os fundamentos e a verdadeira ética desse esporte para o crescimento do mesmo, a pais, professores, atletas e por fim, a toda comunidade.
O ensino do judô para crianças
A criança deve ter prazer naquilo que faz para não se tornar uma pessoa entediada, estressada; deve brincar e suas atividades serem feitas através da recreação.
Segundo Kishimoto (1997, p. 68), “[...] A criança deve desenvolver habilidades para interagir positivamente com seu meio natural e social e incorporá-lo em sua vida diária, com os objetivos de: “Ter prazer em experimentar fenômenos e eventos da natureza, por meio de brincadeiras; brincar pela experimentação e criar com coisas que a cercam; desenvolvendo interesse por brinquedos e coisas feitas pelo homem [...]”.
Para as aulas de educação física especificamente, o Judô pode trazer algum conhecimento a respeito de características do senso comum. Idéias como: “Esporte é Saúde’’, “esporte como solução para retirar crianças e jovens das drogas’’, “esporte ajuda no desenvolvimento da inteligência”, circulam pelos meios de comunicações, ou até mesmo em projetos governamentais. Outro ponto a considerar é a referência predominante da prática na atual sociedade, fortemente centrada no esporte de alto rendimento e em valores como o individualismo e a competição.
Devemos nos lembrar que cada indivíduo tem uma diferença em relação à maturidade biológica. Cada um desenvolve no seu tempo, por fatores internos ou externos no meio no qual esta inserido, e cada faixa etária tem suas características específicas e especiais do desenvolvimento que devem ser respeitadas. Para cada fase deve ser trabalhada uma metodologia diferente, levando a criança ou adolescente a ter um prazer e bem estar, nas atividades.
“(...) a Educação Física e a educação psicomotora são instrumentos importantíssimos na construção do caráter educativo das crianças, pois percebemos que a criança tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, provavelmente terá a chance de desenvolver-se de forma mais integrada dentro do processo educativo e estará fortalecido para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo do aprender.” (FELIX, 2005, p.9)
Estudos mostram que nas escolas onde não há nenhum tipo de esporte, no caso o Judô, as crianças são mais dispersas, com um grau de hiper atividade maior que os demais. Sendo assim, não conseguem se concentrar por muito tempo, são ansiosas, não aguardando sua vez na hora de falar, fazer fila, etc., ou seja, não têm disciplina durante as aulas e isso é uma conseqüência devido ao longo período de ociosidade.
Pudemos observar que as escolas que não oferecem a prática do Judô, aparentemente precisam desta ou de algum outro tipo de atividade física extracurricular para ocupar de forma saudável, educativa e prazerosa o período de ociosidade dessas crianças.
Mostram, também, que o Judô proporcionou de forma visível às crianças, mais calma, mais disciplina, com maior respeito às regras a elas impostas. São crianças que trabalham o corpo e a mente, portadoras de um desempenho melhor do que as demais, no quesito disciplina. O esporte colabora para retirar as crianças do ócio, dos maus comportamentos e conseqüentemente das drogas.
Concluo que toda pessoa independente de ser criança ou não, deveria praticar o Judô ou algum esporte, para um melhor condicionamento físico. O Judô como esporte, contribui muito positivamente no desenvolvimento social, motor e intelectual da criança, pois esporte é saúde, vida, lazer e educação.
Por fim, o Judô pode sim ser aplicado na educação infantil normalmente, desde que seja inserido de forma lúdica e saudável, respeitando sempre as fases do desenvolvimento da criança, abordando suas respectivas metodologias, lembrando que a criança é apenas uma criança e não um atleta ou adulto em miniatura; assim devemos respeitar seus limites e capacidades.
Segundo nosso Sensei Jigoro Kano: “Praticar o Judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como ensinar o corpo a obedecer com precisão. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência”.